sábado, 27 de fevereiro de 2010

Parte VI – A Entrega



Segunda feira. Dia de trabalho.
Marta levantou cedo, tomou um banho e desceu para o café.
Sua mãe a esperava com o café na mesa.
Perguntou como foi o passeio e se ela.tinha se divertido. Intimamente, Marta pensava que nunca tinha passado um final de semana tão cansativo.
Tão logo chegou ao trabalho, Marta deixou sua bolsa na mesa e foi até a cozinha dar um alô para o pessoal.
Quando voltava para sua mesa, tocou seu telefone. Correu para o banheiro e atendeu.
Pedro com um sorriso perguntou.
Como foi seu final de semana? Está mais queimadinha?
Marta não sabia o que responder.
Foi bom sim, queimamos um pouco.
Vá até o banheiro e coloque seu brinquedinho um pouco. A borboletinha. Deixe por cinco minutos. Depois coloque o plug anal, vista novamente a calcinha e fique com ele até eu ligar novamente.
Marta não sabia se atendia ou não aquela ordem. Atender significava que ela aceitava as condições impostas pela submissão a ele. Não atender significava que não o queria mais na sua vida.
Eu poderia falar com o senhor esta noite? Perguntou ela.
Hoje não, mas no final da semana sim. Até lá, você terá outras dúvidas para tirar.
Falando isso, desligou o telefone.
Ela não sabia o que fazia. Na duvida, ela preferiu atender as ordens dele que não ligou como tinha dito.
Seis horas da tarde, ela desligou normalmente seu computador e saiu do escritório em direção à garagem.
Voltou para sua casa com aquilo incomodando bastante. Tão logo entrou em seu quarto, o celular tocou.
Eu disse que ligava ainda hoje, disse ele.
Obedeceu as minhas ordens?
Sim, disse ela.
Essa era sua prova de fogo. Se não tivesse obedecido, com certeza não ia me ver mais.
Passou no teste principal.
Um frio correu pela espinha de Marta. Não pensava na possibilidade de ficar um único dia sem vê-lo ou de senti-lo de alguma forma.
Até aquele plug era muito bom, pois significava que ele estava presente na sua vida.
Durante a semana inteira, ele não voltou a ligar.
No sábado ele ligou mandando que ela ficasse pronta no horário de sempre e mais uma vez, não deu nenhuma explicação.
No horário combinado, Pedro pegou-a no portão.
Ela perguntou se estava bem vestida para o lugar onde a levaria e ele disse que sua roupa não teria a menor importância. Depois lhe perguntou se seus pais ficariam preocupados se ela só voltasse na noite de domingo.
Ela disse que sim. O ideal seria que ela os avisasse. Embora já tivessem andado um pouco, voltou o carro e mandou que ela avisasse seus pais.
Andaram quase três horas de carro quando ele entrou numa estrada paralela.
Mais trinta minutos de carro, e ele parou em frente a entrada de uma fazenda.
Imediatamente, Marta se lembrou da história de Tânia. Aquele então era a fazenda que ela mencionara.
Pouco tempo depois estava dentro de uma enorme sala.
Parecia que ela conhecia cada cômodo da casa, tão fiel foi a descrição de Tânia.
Ele abriu um bar, pegou uma bebida e ofereceu a Marta que não sabia se podia ou não aceitar.
Ele muito sério disse que gostaria muito de conversar com ela antes que ficasse definido exatamente qual seria seu papel.
Ela não conseguia disfarçar seu nervosismo.
Pedro começou a conversa comentando desde o dia que a conhecera na pizzaria, passando pelo acidente de carro,a humilhação no conversível e a noite no motel. Deixou claro para ela que mesmo sem querer, ela fora submissa a ele, todavia, não era isso que ele queria.
Ele queria uma entrega total de livre espontânea vontade.
Disse ainda que se ela resolvesse ser sua submissa incondicional, não ia admitir de forma nenhuma qualquer resquício de rebeldia.
A estadia deles naquela fazenda era principalmente para que morresse a antiga Marta e uma submissa nascesse.
Disse que ser submissa não era uma tarefa fácil e que uma mulher tinha que ser muito livre e consciente para abrir mão de sua vontade para oferecendo-a para um dominador. Mostrou que isso faz parte de um processo que tem que ser aperfeiçoado todos os dias. Ele faria isso. Estaria sempre por perto disciplinando- a , transformando-a numa mulher preparada para ser feliz.
Marta gelou. Essa sim, era sua prova de fogo. Ele a levou lá para dizer sim ou não para sua condição de submissa, aliás, o que ela sempre falou que faria. Definir sua posição, pois não gostava de receber ordens de ninguém.
Durante trinta minutos, Pedro falou como seria sua vida na condição de submissa, até que confiasse nele cegamente. Falou de cada prova e cada castigo que ela sofreria. Garantiu que não seria tarefa fácil nem para ele , nem para ela visto que sempre fora voluntariosa, entretanto,mostrou que essa particularidade do seu caráter que tornava sua dominação mais interessante. Ela não era uma mulher qualquer que tivesse medo de tudo. Que precisasse vinte e quatro horas de alguém que a apoiasse. Bem ao contrario, ela não precisava de ninguém. Por este motivo, se ela desse a sua liberdade para ele, estava abrindo mão de muito mais coisas, do que aquela que sempre fora submissa por vocação.
Você, como a maioria das mulheres consideradas cultas, foram educadas a se reprimir. Isso, acaba gerando uma dependência muito grande da opinião das outras pessoas ainda que vocês não quisessem.
Isso fica claro na maneira como vocês vestem, como comem, como gozam.
Esses conceitos estão de tão maneira impregnados em vocês, que não percebem que são escravas das convenções sociais, religiosas e morais.
Se você disser sim, não terá um milímetro no seu corpo que não seja manuseado por mim. Abrirá mão de seus segredos. Sua sexualidade será controlada por mim.A palavra vergonha, será aos poucos banida do seu vocabulário.Eu serei responsável por você.
Quando ele acabou de falar, Marta respondeu:
Sempre fui livre. Desde criança ficava furiosa quando me sentia pressionada ou acuada. Os problemas do cotidiano me fizeram forte.
Tenho vivido com o senhor uma experiência que nunca julguei que viveria um dia. Tenho medo, sim, tenho muito medo.
Na verdade, as duas coisas me assustam. Estar contigo ou cortar essa relação agora, no início.
Apesar de todas as minhas lutas diárias, não estou acostumada a sofrer a sentir dores físicas. Não sei qual é o meu limite para o sofrimento imposto por dores físicas ou psicológicas. Sei porem que jamais saberei se não me submeter a elas.
Não sei até onde vou, mas sei que posso tentar, visto que o senhor esta disposto a me ensinar.
A partir de hoje, sou sua escrava e prometo agir de forma digna para que tenhas orgulho de mim.

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